sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Cinema: estréias, salas e horários (de 14 a 20 de novembro)

Programação completa (acesse aqui).

* Estréias: O Silêncio de Lorna, Vick Cristina Barcelona e Reflexos da inocência

* Filmes

. Vicky Cristina Barcelona: ★ ★ ★ ★. (foto-making off)
. Sob a areia: ★ ★ ★ ★
. 007 - Quantum of Solace: ★ ★ .
. As duas faces da lei : ★ ★ ★
. Ensaio s/ a cegueira: ★ ★
. Mama Mia!!, o filme: ★ ★
. Bezerra Menezes: ★ ★
. Última parada: ★
. Mandela, luta pela liberdade: ★ ★
. A casa da mãe Joana: ★ ★ ★

Cotações:

Excelente: ★ ★ ★ ★ ★
Muito bom: ★ ★ ★ ★
Bom: ★ ★ ★
Regular: ★ ★
Fraco: ★

21 Comentários

Lola disse...

Olá, professor... deu para perceber que gostou do novo 007 tanto quanto eu... sinceramente, acho que esse filme tem um defeito muito grande de roteiro e direção, o que (obviamente) detonou com o resto. Esse final de semana vou assistir Vicky Cristina Barcelona... tem muita gente elogiando. Espero que seja realmente bom!

Lisandro Nogueira disse...

Olá Lorena, tudo bem aí em SP? Sobre o 007: não gostei, não (rs, rs). Foram só duas estrelas. O filme é muito previsível. O filme de Woody Allen é especial. Preste atenção na "voz off" e tb. na forte ironia em relação ao comportamento de todos nós.

Anônimo disse...

Professor...
desde de que tive aulas com o senhor, simplesmente não consigo assistir aos filmes da mesma maneira. Fui ao cinema ver o 007 na intenção de me divertir... mas no final da primeira cena eletrizante já estava entedidada.
Por esse motivo, gostaria de assistir a filmes q realmente 'me fizessem pensar' como o senhor diz. Por isso faço um pedido: escreva sugestões de filmes q o senhor considera fundamentais para se ter uma apanhado geral do cinema de boa qualidade... quem sabe uma sugestão por semana junto com os comentário das estréias.
Muitíssimo obrigada.

Lisandro Nogueira disse...

Olá "Anônima", ótima sugestão. Um filme muito bom em cartaz: "Vick, Cristina, Barcelona". Woody Alen acerta mais uma vez: o elenco é muito bom, ele retoma as ironias morais e realiza uma comédia "quase cínica". O narrador em off (uma voz conta a história e podemos nos deliciar com os comentários aparentemente objetivos) torna a trama ainda mais envolvente. Não gostei da trilha: é exaustiva e atrapalha certos diálogos. Aos 73 anos, Allen consegue o que poucos cineastas tentam depois de vários anos: manter a riqueza criativa. Ele equilibra seu roteiro, sempre afinado, com o trabalho de direção de atores. Allen deixa os atores bem tranquilos quanto ao método de interpretação. Pede sempre que não façam improvisação com o texto (falas) e sigam a velha intuição segura do diretor. Os atores, novos ou experientes, sempre fazem uma interpretação diferente nos filmes dele. Javier Bardem perde a "impostação naturalista" (Nos tempos do cólera)e alcança Allan Allda - ótima interpretação em Crimes e Pecados. Um ótimo filme!!

Anônimo disse...

Na intenção de contribuir para melhorar a discussão de cinema, e coerente com o meu entendimento de que o debate fica muito prejudicado se pautado em ídolos, cânones, monstros sagrados, incenso e mitos, queria dizer que a adoção dessa categorização
para os filmes de "ótimo", "bom", "regular",
"ruim" e "desprezível" infantiliza muito os leitores. Seria melhor simplesmente classificar as obras por gêneros ou tipos, como "aventura", "comédia romântica", "político",
"documentário", "de arte". A pior de todas as categorias atuais é a de "desprezível". Fiz um esforço de memória para revisar, em meus 55 anos de vida e 47 de cinéfilo, os filmes a que assisti, e não me lembrei de nenhum que fosse "desprezível". Até os pouquíssimos filmes em fiquei com vontade de sair da sala de exibição (por princípio, nunca saio no meio de uma sessão) não se enquadraram na pecha. Fui ao Guia de Filmes atualmente em exibição em Sâo Paulo, e, apesar de ter visto poucos deles (há cerca de 100), não vi nada que, pelo título, elenco, diretor, gênero, nacionalidade, fosse "desprezível". Esta categoria parece mais típica de sociedades como a indiana, em que existem os párias, os intocáveis, seres desprezíveis, para os que estão nas categorias superiores. Aliás, parece ser esta a motivação de querer classificar algo de "bom", "mau", "excelente",
"inferior": sentir-se superior, ou acima do bem e do mal. Vamos democratizar, laicizar, clarificar, aprofundar a discussão. Execrações, condenações não casam bem com o século XXI.

Anônimo disse...

Interessante... será que quando se diz '47 anos de cinéfilo' não está de certa forma se colocando como um 'pária' do cinema?
Mas voltando ao assunto, tenho certeza que o critério dessa categorização não visa nada além de ajudar os interessados em cinema a vasculhar as produções comerciais em busca de filme que apresente algum diferencial. Além do mais, que atire a primeira pedra quem nunca utilizou em seu discurso, quando o assunto é cinema, algum 'ídolo' seja Glauber Rocha, Godard ou o próprio Allen.

Anônimo disse...

Cara!
Juro que não entendi a lógica!
Como gostar de cinema há muitos anos pode tornar alguém "pária do cinema"?
Quanto ao assunto, só pensei em fortalecer posturas que se esforcem por não enxergar os leitores, o público, os interlocutores como adultos, seres capazes de formular seus próprios juízos.
Um abraço

Anônimo disse...

Por favor, entendam que eu quis dizer:
"Quanto ao assunto, só pensei em fortalecer posturas que se esforcem por enxergar (sem o "não")os leitores, o público, os interlocutores como adultos, seres capazes de formular seus próprios juízos".

Lisandro Nogueira disse...

Olá Caros amigos: todos os comentários, as críticas e as sugestões são apreciados e ganham reflexão. O blog é nosso!!

Marcelo Nogueira Dutra disse...

Também não gosto de cotação. Muito menos de desprezível. Mas já que é pra cotar penso que ruim, não avaliado, péssimo... esteja de bom tamanho. "Desprezível" é de extremo mau gosto.
Premiação também acho um saco. Oscar daqui, Cannes dali. É muita pretensão avaliar e premiar uma obra de arte. Não gostava dos fetivais de música, e ainda não gosto, comparar entre várias músicas uma que seja melhor não me parece saudável artisticamente.
A mesma coisa penso sobre cinema; reunir um bocado de filme legal e dizer que fulano é melhor que siclano acho o fim da picada.
E ao anônimo aí em cima, já começa mal por estar anônimo; "pária"? pegou pesado hein?
Anônimo, cotação não ajuda nada e nem ninguém. Se pensa o contrário não precisa chamar ninguém de pária por isso. Caos Calmo o prof. deu quatro estrelas, fui assistir e achei o filme péssimo. Por indicação também aqui, fui assistir Linha de Passe e achei ótimo. Não gosto desse negócio de estrelinha também não. Estrela pra mim só as do céu.

Anônimo disse...

Debatedores: Eu não vejo problema algum em desprezar algo. Principalmente os filmes desprezíveis (rsrs).

José Teixeira: Não vejo como o enquadramento dos filmes em categorias pouco precisas como "drama", "aventura", etc, pode ser mais proveitoso para o debate do que atribuir uma cotação aos filmes.

De uma cotação, deve se seguir uma discussão fundamentada (a cotação, por si só, vale pouco; sabemos disso; o bom leitor sabe disso). Mas diante de uma classificação em gêneros, como a que você afirma, penso que o leitor tende a se sentir satisfeito, e a não querer discutir a obra.

Uma cotação deixa implícito um juízo. Uma classificação nestes gêneros não deixa nada implícito, além de um entendimento simplificado das obras (bom para locadoras, mas frágeis para o pensamento). Tu não achas?

Lisandro: Atenção para "O Silêncio de Lorna"! Assisti ontem. Há um elogio das mulheres, em uma linguagem sensível, de um "olhar feminino". Vale notar que tem muito a ver com a discussão sobre o feminismo que realizamos no mestrado. Abraço.

Daniel Christino disse...

Nunca considerei cotação sinônimo de crítica. E também nunca levei muito a sério a classificação que o Lisandro faz aqui.

Na minha opinião, e o Lisandro pode falar se estou errado, a cotação obedece a necessidade que outras pessoas, como os fãs que assistem a crítica semanal dele na TV Anhanguera, têm de saber o que o Lisandro acha de um filme. Para essas pessoas ele é referência. E eu sei que o Lisandro recebe vários pedidos de indicação. Então a cotação obedece a uma necessidade pragmática - uma deferência ao leitor não acadêmico, digamos - e não crítica.

Mas concordo que o "desprezivel" deve ser revisto. Talvez um "vá se tiver tempo".

Lisandro Nogueira disse...

Caros amigos,
Quem mais solicita as estrelas são os meus colegas da UFG, da UCG e outras faculdades - público predominante do blog. Os acadêmicos estavam se queixando que o critério anterior era "sem sentido". Concordo que as estrelas são problemáticas. Mas para o jornalismo elas são suficientes e importantes. São referência e estabelecem algum juízo. Os "Cahiers du Cinéma", a "Folha de SP", e tantos outros meios de comunicação utilizam as estrelas. Mas estou aberto a sugestões. De imediato, vou levar em consideração a sugestão do Daniel, Teixeira e Marcelo em relação ao "desprezível". ps: mas afirmo claramente: o filme "A última parada", de Bruno Barreto, é um dos mais fracos que vi nos últimos anos. Vi duas vezes e o considero bem inferior ao filme "Olga", de Monjardim - tb. um filme bem fraco.

Daniel Christino disse...

Então nem os acadêmicos se salvam. Viva as estrelinhas!!!!

Anônimo disse...

"Não me siga, que eu não sou novela" (frase de pára-choque citada por Torquato Neto, em "Os últimos dias de Paupéria")
"Não quero pertencer a um clube que me aceite como sócio" (Groucho Marx)
De tudo o que foi dito aqui acerca desse tópico, ficam duas interpretações principais: a pragmática e a convencionalista.
A primeira nos obriga para sempre a lembrar o falecido presidente chinês Deng Hsiao-Ping, que dizia: "Não importa se o gato é preto ou branco, só interessa que ele cace o rato". De acordo com essa linha de pensamento, se o maniqueísmo, o preconceito, a precipitação nos ajudarem no avanço do conhecimento, não devemos ter dúvida em empregá-los. Só existe um problema: "isso" que será perseguido, seja com um gato, seja com outro, não está sendo discutido. O interesse em jogo, que justifica o emprego tanto de um instrumento quanto de outro, também não é explicitado. Cuidado! Assim são feitas as ideologias!
A segunda diz: todo o mundo faz assim - "O Popular", a "Folha de S.Paulo", o "Cahiers du Cinéma", "O Estado de S. Paulo", o "Jornal do Brasil" -, por que não podemos fazer no blog? Bem, se um blog independente, feito por um professor universitário, lido por amigos interessados no assunto, não pode conceber nada de melhor do que a grande imprensa, as TVs, as locadoras fazem, então, para que o esforço de procurar fazer algo novo, independente? E paremos de criticar tanto assim o status quo!
Eu, por mim, preferiria não tanto a classificação por gêneros que sugeri, e sim que cada filme tivesse uma ou duas linhas (antes que um comentário mais denso possa ser feito a sério) escritas por alguém que efetivamente o tenha visto, dando conta não de um juízo (certamente apressado e superficial), mas de algo curioso, interessante, inquietante (uma cena, uma mensagem, por exemplo) proporcionado por esse filme específico. Os filmes que não interessaram a ninguém ficariam sem nada escrito, o que seria um belo critério de avaliação.

Daniel Christino disse...

Caro José, seu argumento ataca tanto a posição pragmática quanto a convencionalista de modo equivocado. Você opõe ao pragmatismo "um interesse oculto", uma intencionalidade mascarada de razão prática. Mas não aponta qual seria esta intencionalidade no contexto do blog. Afinal, a que interesses ocultos obedece a adoção das estrelinhas pelo Lisandro?

Por outro lado, você opõe a originalidade ao convencionalismo, como se fosse uma obrigação ética de um professor universitário revolucionar o sistema de classificação por estrelinhas em seu blog pessoal.

Assim, embora você argumente que cada filme deveria ser visto como obra em si - o que é até razoável - há um erro de adequação no seu argumento ao aplicar este princípio à atividade do Lisandro no blog. Digamos assim: você pode até estar certo no atacado (a crítica ao pragmatismo e ao convencionalismo enquanto posições éticas e filosóficas gerais) mas erra no varejo, pois o blog do Lisandro não se constitui num caso específico de nenhum destes princípios.

Trata-se apenas de ser profundo no que exige profundidade - o que é um bom filme? Cinema e Psicanálise - e pragmático no que exige soluções expeditas - como no caso das estrelinhas.

Fernando disse...

Ainda bem que tem o Woody Allen pra fazer filme pra gente... que filme bom hein? de quem conhece o ser humano...

Lauro António disse...

Caro Lisandro:
Uma outra forma de olhar "Ensaio sobre a Cegueira":
http://lauroantonioapresenta.blogspot.com/2008/11/cinema-ensaio-sobre-cegueira-ii.html
Com um abraço amigo do Lauro António

Anônimo disse...

Prezado Daniel,

quando você diz "o blog do Lisandro não se constitui num caso específico de nenhum destes princípios [pragmatismo e convencionalismo]" pode ter também incorrido em equívoco, pois não localizei aquelas posições "no blog", e sim em pessoas que se manifestaram no blog: o pragmatismo em, se não me engano, Rodrigo e o convencionalismo no próprio Lisandro. Quanto ao blog, não o vejo como algo pronto e acabado, com seu destino já decidido, e sim como um espaço, se possível, público, com alguns aspectos básicos que ainda merecem discussão, até como pré-requisito para mais contribuições. Aliás, confesso que estou ansioso para falar de cinema propriamente dito, e por isso torço para que, com um pouco mais de boa vontade de todas as partes, possamos chegar a um acordo mínimo. Quanto a mim, acho que a discussão tende a lucrar com uma dose menor de adoração (e também alguma execração) a ídolos, monstros sagrados, e sobretudo que se deixe de lado essa pretensão meio infantil de classificar, hierarquizar: afinal, os filmes não passam de mercadorias, mesmo que se busque revesti-los de uma certa aura (constituindo o que o teórico Ismail Xavier chamou de "sétima srte, um culto moderno"). A próprio mercado já se encarrega de fabricar mitos, portanto, não devemos nós, vindo na esteira, adotar postura análoga.
Mas, por favor, gostaria que recebesse alguma atenção a minha proposta, que levaria decididamente o blog a se aprofundar, e se especializar, em cinema: todos os filmes terem uma pré-avaliação rápida e não classificatória, e aumentando o número de películas comentadas, de preferência, em artigos. Sei que o Lisandro, como todos nós, é muito ocupado e talvez não possa individualmente produzir tantos textos, mas ele, como editor que é, poderá solicitar a pessoas afinadas com o blog que escrevam o que ele não tiver condições de o fazer.
Abraços

Anônimo disse...

Lisandro, com essa foto da Scarllet você está reproduzindo o olhar masculino no blog! Não é possível! Pra onde foi a ruptura?? rsrs

Lisandro Nogueira disse...

Rodrigo,
Pedro Vinitz, o assistente 100% do blog, quase foi demitido por causa da foto (rs, rs, rs). Mas me postei ao seu lado: gostei da foto!! O olhar não tem corpo: não é masculino e nem feminino. O olhar do cinema ou da fotografia é o olhar sem corpo.

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