quinta-feira, 26 de março de 2009

Uma reflexão sobre "Entre os muros da escola"

Entre quatro paredes e o quadro negro

Carolina Soares


Entre os muros da escola é um filme sobre um professor e sua classe de alunos problemáticos. E a primeira ideia que nos vem à cabeça ao ouvir falar de um filme com tal temática é de que se trata de mais um conto moderno de moral previsível, no melhor estilo das numerosas versões que sucederam o retumbante sucesso do inglês “Ao mestre com carinho”, de 1967. Porém, esse filme de Laurent Cantet, foge dos clichês, e vai muito além na discussão do papel da educação na atualidade. Longe de ser mais uma história edificante e lacrimosa sobre mudanças positivas desencadeadas por um bom professor, Entre os muros da escola não dá respostas, muito pelo contrário, suscita e inscreve interrogações a serem respondidas, possivelmente a médio ou a longo prazo.


Entretanto, pode-se dizer que uma afirmação categórica perpassa todo o filme: o sistema educacional está em crise. O filme é um olhar agudo sobre o cotidiano desgastante da sala de aula e a situação desesperadora em que se encontra o sistema educacional. A escola parece haver se convertido em um espaço tão-somente de conflito, do qual nem alunos nem professores parecem extrair qualquer ganho.


François é professor de uma escola pública de Paris e tem dificuldades para lidar com seus alunos, rebeldes e desatentos, em sua maioria. Por se tratar de uma escola de periferia, os problemas escolares estão, muitas vezes, permeados por problemas sociais. Durante todo o filme, é clara a relação de antagonismo em que estão enredados o professor e os adolescentes, como se a aula, em vez de um ambiente propício à parceria, fosse uma arena, ocupada pelo incansável embate entre oponentes. E, para piorar, a classe é uma mistura heterogênea de culturas, que se chocam a todo instante. Essa cadeia de atritos é só mais uma agravante para a situação de conflito. O professor, que não realiza o padrão de imagem idealizada, comum a essa vertente de filmes, embora se empenhe em seu trabalho, deixa que o ego e suas próprias fraquezas comprometam ainda mais a sua relação, já bastante deteriorada, com os alunos. E, a despeito das boas intenções, não cumpre o seu papel de educador. A sala de aula consagra-se como campo de batalha, quando, no ápice da trama, o embate não é mais implícito, torna-se verbal e até mesmo físico.


O enredo circunscreve-se ao cotidiano de François e seus alunos, porém fica claro que essa escola é um microcosmo da realidade universal, simulacro do que acontece nas escolas do mundo real. A partir dessa história, que a princípio parece singular e isolada, o filme faz a transição do particular para o geral e possibilita uma mais que necessária discussão sobre os rumos da escola, não como espaço privado, mas como instituição social. Entre os muros da escola questiona o sistema educacional de nossa sociedade, sistema em franca derrocada, mas que continua a seguir os moldes autoritários que vigoram há décadas. Não é de se estranhar que uma educação calcada em valores às vezes tão reacionários esteja em decadência nos dias que correm.


A educação, como dimensão fundamental do processo de constituição dos seres humanos e da sociedade, não pode, impunemente, ser relegada a tamanho descaso e indiferença. E, embora o filme se passe em uma escola de ensino fundamental, a discussão que dele emerge pode ser estendida aos demais níveis, até o ensino superior, que é hoje, salvo raras exceções, um mercado imoral de diplomas.

A temática do filme não poderia ser mais oportuna, atual e relevante. Entre os temas abordados, estão o papel inquestionável do professor, e a facilidade com que, nesse sistema, os alunos são tachados de incapazes, sem que lhes seja concedida a chance real de colocar em prática suas potencialidades. Além disso, questiona-se um método de ensino que tem como principal característica a punição, em que os alunos são compelidos a estudar para não sofrer sanções em vez de serem incentivados a experimentar o prazer de descobrir, de conhecer, de aprender. E o questionamento final, que vem à tona em uma cena de tocante sensibilidade, é se realmente aprendemos algo na escola.


O filme expõe com surpreendente clareza os problemas principais e os impasses que tangenciam a educação hoje e se firma como importante debate do tema. É importante ressaltar o cuidado do filme em não apontar culpados, nem eleger vilões. Entre os muros da escola é antes um retrato da decadência do ambiente escolar do que um panfleto de pretensos salvadores do mundo. Ele não busca soluções miraculosas, nem cai no maniqueísmo. Nessa história todos são vítimas e algozes ao mesmo tempo. É com comovente sensibilidade que esse filme nos faz pensar sobre os rumos da educação no mundo de hoje. Aliás, sobre o mundo de hoje, já que fora da sala de aula, estamos e somos todos tão iguais.


* Carolina Soares é minha aula na disciplina "cinema: o olhar domesticado" na Facomb-UFG.

26 Comentários

Caroline Pires disse...

Muito da riqueza do filme se deve, além do conteúdo que foi muito bem trabalhado, da forma como foi produzido. A movimentação de câmera, a montagem e os enquadramentos atenderam ao propósito de completar em nós o sentido de claustrofobia que está implicito no nome do filme. Além de levantar inúmeras questões para discussão sobre a educação, devemos lembra que o filme só poderia ter gerado em nós toda a discussão que gerou com a ajuda destes aparatos cinematográficos.
Obrigada.

Unknown disse...

Carolina...
sou leigo em linguagem cinematografica, mas lendo seu comentario, percebi realmente a sensação de claustrofobia.
Interesante sua percepçao.

Anônimo disse...

Pessoal,
gostei do texto. mas acho que ele não entrou no filme. ficou extra-filme. tem boas intenções mas falta discutir mais por dentro do filme. (Pedro).

Anônimo disse...

Pessoal, outra coisa: aquela professora q. foi no debate não falou da sala de aula dela e das diferenças entre a escola francesa e a goiana ou brasileira.
ps: o pequeno show do Milordi (mimico de primeira) antes do debate, na praça de alimentação, foi bom prá caramba (pedro).

Anônimo disse...

Oi Pedro,
Não concordo: a performance do Milordi não foi boa. Entendo o esforço dele mas precisa melhorar muito e gritar menos. TEve hora q. fiquei apavorada. Sobre o debate: nossa! as secretárias são "palha" e aí eu cconcordo com Pedro: a professora deveria ter falado como é a sala de aula na rede pública - que eu não conheço. Massa demais aquelas alunas que falaram dos salários!. (Luisa)

Unknown disse...

Diferentemente do que presenciei na sala de cinema na última terça-feira, Entre os Muros da Escola não me fez rir nenhum pouco quando o assisti no dia 18, mas repensar a instituição que, como bem colocaram a maioria dos participantes da mesa no debate, sempre excluiu parcela da sociedade. O que mais choca, nesse caso, é perceber que nem as próprias secretárias da educação municipal e estadual parecem preocupar-se tanto com isso. Tendo em vista que o objetivo da escola, segundo elas, seria homogeneizar todos os alunos da rede pública. Parece-me um tanto impertinente que a secretária Márcia Carvalho questinone "qual o tipo de alunos que queremos em nossas escolas?". A situação vai bem além disso, já que os alunos não devem ser 'selecionados' para frequentar a escola, que é o que o questionamento sugere - afinal, a instituição já é excludente. A pergunta correta, ao meu ver, seria: "Qual o tipo de escola que disponibilizamos?", o que deixa margem para analisarmos a situação em que a instituição encontra-se, além do quesito valorização do professor, que acredito tenha sido o ponto que as alunas Luana Borges e Gabriela Marques quiseram questionar naquele momento. Entre os Muros da Escola, sem dúvida, trouxe a tona uma infinidade de problemas escolares de todo o mundo. Longe de ser a própria realidade, como sugeriram os professores Fernando Pereira, Márcia Carvalho e Milca Severino - esta que limitou-se a expor seus sentimentos e falta de ar pós-sessão - o filme cumpre sua função social de questionar essa realidade construída e, apesar de não ter uma conclusão, como todos sempre esperam, a la happy end, nada poderia ser tão adequado a situação retratada. Gostei bastante.

Marco A. Vigario disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Marco A. Vigario disse...

Não fiquei até o final do debate, infelizmente, então não pude ver a parte das perguntas do público, que deve ter sido a melhor. Da parte que vi, fiquei decepcionado com a participação do Fernando, de quem esperava mais. A professora Cristina me pareceu bem intencionada ao tentar elaborar uma reflexão sobre o filme e a teoria. Das secretárias, me chamou a atenção o fato de a Milca se mostrar emocionada ("lágrimas de crocodilo", vão dizer, mas prefiro acreditar que o filme tem mesmo esse poder) e também de ela se comprometer publicamente a apoiar outras iniciativas como aquela. Tomara que seja verdade e que isso se concretize. Abraço!

Anônimo disse...

Olá Carolina,
Depois da disciplina você vai aproveitar ainda mais suas boas idéias explanadas aqui; Marco: o debate me mostrou mais uma vez que o cinema é importante para discutir questões urgentes como a educação; Pedro: concordo! tb. fiquei esperando a profa. Cristina falar da realidade da sala de aula em Goiânia. Fiquei curioso para saber; Caroline: não sei se concordo com a idéia de claustofobia. O filme, na minha opinião, apesar de representar uma sala de aula, utiliza o instrumento que não enseja a claustofobia: a fala. Todos falam muito e o que pensam. Estou começando a mudar de idéia e fazer algumas críticas ao filme. Lembrei do texto do Jean-Claude Bernardeth, O espelho pertuba o método, quando ele critica a posição de Arnaldo Jabor em relação a classe média no filme Opinião Pública: qual o lugar do cineasta no filme "Entre os muros..."? Ele não fica numa posição cômoda e parcial, ao se posicionar de forma simples, em relação as questões da imigração/educação? Ora, se os alunos estão na França, eles não devem aprender a língua daquele país? Como os alunos vão se inserir numa sociedade se eles não dominam a norma culta da língua? Se moram na França não é importante aprender um pouco da cultura daquele país? (lisandro)

Anônimo disse...

Olá Carolina,
Depois da disciplina você vai aproveitar ainda mais suas boas idéias explanadas aqui; Marco: o debate me mostrou mais uma vez que o cinema é importante para discutir questões urgentes como a educação; Pedro: concordo! tb. fiquei esperando a profa. Cristina falar da realidade da sala de aula em Goiânia. Fiquei curioso para saber; Caroline: não sei se concordo com a idéia de claustofobia. O filme, na minha opinião, apesar de representar uma sala de aula, utiliza o instrumento que não enseja a claustofobia: a fala. Todos falam muito e o que pensam. Estou começando a mudar de idéia e fazer algumas críticas ao filme. Lembrei do texto do Jean-Claude Bernardeth, O espelho pertuba o método, quando ele critica a posição de Arnaldo Jabor em relação a classe média no filme Opinião Pública: qual o lugar do cineasta no filme "Entre os muros..."? Ele não fica numa posição cômoda e parcial, ao se posicionar de forma simples, em relação as questões da imigração/educação? Ora, se os alunos estão na França, eles não devem aprender a língua daquele país? Como os alunos vão se inserir numa sociedade se eles não dominam a norma culta da língua? Se moram na França não é importante aprender um pouco da cultura daquele país? (lisandro)

Lorena Dana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lorena Dana disse...

Quando assisti ao filme, a principal indagação que fiz a mim mesma foi a respeito do papel social do professor. Até que ponto o educador deve ser referencial de valores morais e éticos para seus alunos? No filme, Monsieur Marin não se mostra como uma figura heróica, à qual os estudantes deveriam se espelhar. Seu comportamento, em senso comum, não atende aos anseios da sociedade. Além de um ministrante de disciplinas escolares, o professor é também uma fonte de conhecimento social, valores morais, éticos, ambientais...

Ao participar da palestra da última terça-feira, mais uma vez fiquei frustrada com a forma com que as Secretárias tratam a Educação Pública. Como lideranças, deveriam propor mínimas soluções, e não apenas imergirem na problemática descompromissadamente. Ao estudar meu último ano de Ensino Médio na Rede Estadual, posso dizer que conheci um pouco da dinâmica da Educação Pública. Mesmo em um Colégio de certo renome, as aulas eram esporádicas, a merenda escolar(que muitas vezes era a única refeição diária de muitos alunos) não era servida regularmente, havia fraudes documentais internas, servidores fantasmas... Não é o salário baixo, ou a falta de infra-estrutura que compromete a qualidade do ensino, mas sim uma série de fatores caóticos, enraigados por outros fatores históricos e culturais.

O professor, que se insere nesse universo nebuloso, muitas vezes é tido como único referencial para os alunos. Inúmeras vezes presenciei estudantes perguntando a professores sobre temas como problemas médicos, relações amorosas e violência doméstica. Repito a pergunta: Até que ponto os professores devem ser referenciais de valores morais e éticos para seus alunos?

Lorena Gonçalves

Anônimo disse...

Ao prof. Lisandro:

Escola não é apenas um lugar onde se entende que dois mais dois é igual a quatro, é um locus em que se aprende sobre a vida. Aprendemos a respeitar as pessoas, e lógico, exigir respeito. Entendemos que existem regras na sociedade. É um espaço no qual percebe-se que somos parecidos com o colega de sala, o professor, mas que também existem diferenças fundamentais entre nós e o outro.

O professor de francês, François, do filme Entre muros da escola lida constantemente com esses conflitos do “eu” e do “outro”. Em sua sala de adolescentes há uma forte heterogeneidade cultural, onde tem a função de ensinar uma nova língua e novas regras de convivência nas quais as relações de poder se estabelecem a cada instante.

Há uma fulga dos padrões hollywoodianos em que a música nos insere na narrativa e nos emociona. A emoção despertada por ele vem pelos questionamentos dos alunos e as situações ali vividas A fulga da narrativa clássica faz com que a sala, as falas, os alunos não sejam os ideais. O professor, símbolo de perfeição, ali não é herói, ele é um professor que como qualquer outro ser humano comete erros.

Entre os muros da escola é um filme em que a escola invade a tela e a tela invade a escola. Imita a realidade que apesar de não ser a mesma da brasileira, nos põe a frente de muitas questões que são deixadas de lado não apenas pelo Estado, mas por nós que utilizamos seus serviços de educação. O fato é que o sistema educacional está em crise e ignoramos seus problemas.

Como as relações de poder são exercidas nas escolas? Até que ponto o professor deve cobrar do aluno? As potencialidades do estudante são trabalhadas individualmente ou ele (o aluno) deve seguir o desempenho da classe? Como é trabalhado a questão do respeito aluno e professor dentro da sala de aula? A heterogeneidade cultural tem sido valorizada ou há uma tendência de homogeneização de pensamentos e atitudes? O professor é quem forma o aluno, mas ele não é valorizado economicamente por nosso Estado, isso afeta no processo de ensino-aprendizagem?

Entre muros da escola deveria ser visto tanto por professores quanto por alunos. Cinema não é realidade é uma arte mimética, mas nos mostra, ou melhor, revela algumas de nossas atitudes que muitas vezes passam despercebidas enquanto aprendizes e educadores.
(Laila Melo).

Fran disse...

O que eu percebo é um corte, uma ruptura entre o que é ensinado na sala de aula e o que o aluno vive fora dela. Na própria educação que os pais dão, costuma ser dito que as crianças primeiro devem fazer a obrigação, depois a diversão...ou seja, primeiro a lição de casa depois podem viver o mundo, e desde criança é aprendido assim, a hora do dever de casa, a hora de ir pra escola é como se fosse uma pausa na vida, uma obrigação a ser cumprida pra depois vir o direito da escolha. Penso que o fato da escola ser uma preparação para a vida deveria ser colocado mais em evidência, a relação entre estudo e cotidiano.

Daniel Christino disse...

Eu entendo você Francis. A escola muitas vezes parece um espelho do trabalho adulto. Enquanto o pai vai para o emprego, o filho vai para a escola; somente depois, à noite, eles se encontram em casa.

Mas a escola não é isso. Embora tudo possa ser, para o jovem estudante, motivo de curiosidade e interesse, de modo que a vida cobre sua urgência, a escola lhe permite um tempo para a reflexão e um ponto de fuga do qual ele pode ver a si mesmo em perspectiva. A vida deve estar na escola, mas a escola tem tamém sua importância como espaço "fora do mundo". É o modo pelo qual ela pode pensar este mundo.

Lisandro Nogueira disse...

Olá Daniel e Fran:
1. Temos q. tomar cuidado com a idéia de que a escola não ensina "coisas importantes" ou "coisas práticas"; ele ensina a pensar e ensina técnicas;
2. Mas do que nunca a escola está vivendo uma fase "prática-técnica";
3. É ainda o único lugar onde é possível pensar e refletir e relacionar-se com o "outro";
4. Ou seja, a escola é um lugar fundamental e ela prepara para a vida o tempo todo.
òtimo!! vamos continuar o debate,
Lisandro

Fran disse...

Prof. Lisandro:

Não questiono a didática das escolas, aliás, sempre fui uma defensora dela, acredito que o ensino, apesar dos problemas mostrados inclusive no filme, possui um caminho incrível em que uma criança chega numa sala de aula totalmente "crua" de conhecimentos, e sai dessa rede de educação já capaz de entender e explicar fenômenos químicos, físicos, e assim por diante. Mas é assim na teoria, o problema que vejo não são os professores que são superficiais nas matérias, ou a escola que não oferece a estrutura adequada para alunos, e etc...o problema maior de todos, está no aluno, que não consegue relacionar o que aprende na escola com o que vive fora dela. A intenção de resgatar essa relação já está sendo feita em muitos colégios, já existe prática tanto quanto teoria, mas e o aluno? Ele acompanha isso? Ele sabe que o que aprende na aula de inglês vai ajudá-lo a entender as músicas estrangeiras que ele gosta quando escuta ao chegar em casa? Isso é o que deve ser pensado, estudado, cobrado. Já trabalhei numa escola de educação infantil para classe média baixa, hoje dou aula para três estudantes do ensino fundamental e uma do ensino médio. Já fui estudante da rede pública e privada, quando algum aluno comenta algo da aula, ou do livro didático fora desse ambiente de educação, ele é tachado de nerd, de chato, de cdf, e automaticamente é excluído dos outros grupos. Existe essa dificuldade. Minhas alunas sempre me fazem a mesma pergunta quando estamos estudando: "E eu com isso?" "Pra que eu preciso saber isso?". E aí voltamos ao início. É a escola? São os pais? Penso que tudo é uma teia em que um fato desencadeia o outro. É a era da mídia com tantas outras coisas mais "interessantes" e atrativas para crianças e adolescentes, são os pais que não acompanham o desenvolvimento escolar dos filhos, e isso poda a capacidade desses filhos em fazer com que esses pais se orgulhem deles, é a escola com o professor que não explica direito porque não recebe bem ou porque não teve uma formação adequada...e assim vai. O pensamento dos estudantes deve ser mudado, eles precisam dessa mudança, mas tem que partir deles. E acredito que essa mudança não é imediata, é uma longa caminhada, a longo prazo, mas indiscutivelmente necessária.

Caroline Pires disse...

Concordo que se levarmos em consideração uma visão unilateral de que na escola só se aprende questões relacionadas a conteúdos de matemática, quimica, português... talvez não exista uma aplicação imediata dos conteúdos.
Contudo, na escola começamos a compreender relações de poder, o mundo da criança é expandido e é um momento fundamental até mesmo para o seu desenvolvimento psiquico. Neste sentido a escola é sim um espaço de completa relação com o que é extra escolar.

E não posso deixar de dizer, a escola é um bom termometro social. Em entre os muros da escola ficou evidente as dificuldades de relacionamento entre os filhos de imigrantes... o que é um bom reflexo do que a França tem enfrentado.

Obrigada.

Anônimo disse...

Olá Lisandro e alunos:

Li o texto de sua aluna sobre o filme. Ele coloca muitas questões realmente interessantes. Quisera ter tempo para acompanhar todas as discussões que estão surgindo no seu blog, mas nem sempre dá. Sobre o filme e as variadíssimas questões que ele enfoca (especialmente em um país como o nosso), caberia destacar ainda: a) a formação dos professores: apesar de tudo que o filme mostra quase nada parece derivar de uma formação inadequada dos professores, que parecem bem preparados e focados na profissão, apesar das perplexidades que enfrentam; b) a própria distribuição do filme aqui revela a mobilização em torno do tema pela sociedade: um filme com premiação de tanta importância, só está em um cinema, num horário que não facilita a presença da maioria. Ou seja, a distribuição nem aposta num maior público para o filme.O tema não é mesmo de interesse amplo!
Abraço
Ione Valadares.

Anônimo disse...

Prezados comentadores (as):
O Cine Lumière está realizando uma sessão do filme "Entre os muros da escola". Somente depois do debate da semana passada que o público aumentou. Vamos manter uma sessão. É lamentável mas o filme está há três semanas em cartaz e só agora esboça um público um pouco melhor. Agradeço a oportunidade e coloco os cinemas Lumière a disposião de todos. Gerson dos Santos - diretor.

Wilson (livraria UFG) disse...

Prof. Lisandro,

apesar de não ter comparecido ao debate fico imensamente feliz pelas reflexões que ele suscitou e também por perceber, através dos comentários de seu blog, que é genuínamente democrático, que algumas pessoas estão, inclusive mais do que eu, engajadas na defesa dos direitos dos nossos jovens e crianças a uma educação digna e de qualidade, além de se preocuparem também com a dignidade dos professores das redes de educação pública.

Parabéns Lisandro pela condução republicana e democrática do diálogo!

Anônimo disse...

Baixar o Filme - Entre os Muros da Escola - http://mcaf.ee/3me05

catia disse...

Alguém viu o filme entre os muros da escola, preciso de uma caterizar uma personagens( Francois Marin) fisico, psicolgico e social cultural

Anônimo disse...

An intriguing discussion iss worth comment. I believe that you ought to publish more on this subject matter, it may
not be a taboo matter but generally people don't speak about these issues.
To the next! All the best!!

Check out my homepage - icloud

Anônimo disse...

Eu vejo o professor de frances como alguem que promove a reflexao de que esses adolscentes precisam se enxergar de forma diferente, eles nao se valorizam.

Unknown disse...

Eu achei interessante do filme são os espaços recorrentes no nosso cotidiano como a sala de aula, o conselho de classes, pátio da escola, reunião de pais e também conselho disciplinar. Toda essa composição de cenários nos faz ver circular um aglomerado de professores que seguem no seu desabafar constante, deixando evidente o desgaste emocional e psicológico que infelizmente, o contexto escolar faz cada um enfrentar diariamente. Parte desses professores vítimas do descontrole, descontam nos alunos palavras desrespeitosas que se insere nesse ambiente, gerando atrito na relação professor-aluno, já difícil de ser conquistada. Todo esse conflito é gerado também por péssimas condições de trabalho que os professores precisam enfrentar diariamente, o que acaba influenciando diretamente na saúde do profissional. Uma questão que precisa ser constantemente pensada e analisada, por ter influência direta com alunos vítimas de desigualdade social que já perderam a fé na escola e na capacidade da formação.

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