segunda-feira, 15 de junho de 2009

palestra no FICA com Olgária Matos




A Natureza e o Homem: O Esgotamento Ético e o Deslimite da Razão


* Quais questões a senhora vai abordar na palestra no FICA?

Esta apresentação visa refletir sobre a modernidade como adoção da racionalidade instrumental, abstrata e analítica, que corresponde ao ideário da eficiência e do sucesso, de tal forma a se criar um universo de neutralidade axiológica na ciência e na sociedade.Dado que a ideologia da racionalidade tecnológtica e do discurso competente tornaram-se hegemônicos no presente, dado o desaparecimento do papel filosófico e exitencial da cultura e dada a despersonalização crescente em todas as relações intersubjetivas, o que está em questão é a dissolução de toda uma civilização fundada nas noções de direito, deveres e responsabilidades.

A ampliação das práticas agressivas e violentas nas relações do homem com a natureza se expandem para a política, abrindo-se o campo das patologias da comunicação, sob o impulso da anarquia da acumulação capitalista dita neo-liberal.

A modernidade tecnológica e científica, anti-intelectual e anti-teórica, acelera o tempo e inviabiliza os laços morais que dependem do longo prazo, como relações entre pais e filhos, casamentos, amizade e habilidades profissionais e de convivência.Nos termos de Adorno e Horkheimer, trata-se de desalienar o logos violento da ciência moderna,das relaçãoes políticas e com o meio ambiente, desalienando o tempo para que o homem possa retomar o sentido dos usos de seu tempo e de sua própria vida, à distância da política de cálculo dos riscos,em um mundo em que " a certeza de não morrer de fome paga-se com o risco de morrer de tédio".( Vaneigen<>

Local: Casa de Cora Coralina
Data: 19/06 - sexta-feira.
Hora:
17:30h.

* Currículo


A Prof Olgária Chain Féres Matos é- Mestre em Filosofia pela Universidade de Paris IV, Sorbonne, França

Prof Dra. Pelo Departamento de Filosofia da Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales e pelo Departamento de Filosofia da FFLCH-USP.

Autora dos livros ~Rousseau, uma Arqueologia da Desigualdade, MG editores, SP.

Os Arcanos do inteiramente Outro:a Escola de Frankfurt, a melancolia, a Revolução, ed Brasiliense, SP- Prêmio Jabuti

O Iluminismo Visionário:Walter Benjamin, leitor de Descartes e Kant,ed Brasiliense,SP.

Filosofia, a Polifonia da Razão, ed Scipioni, SP.

A Escola de Frankfurt:Luzes e Sombras do Iluminismo, ed. Moderna.

Partis 1968:as Barricadas do Desejo,ed. Brasiliense, SP.

Discretas Esperanças:Reflexões filosóficas sobre o mundo contemporâneo,ed Nova Alexandria, Sp, 2006.

Adivinhas do Tempo:Êxtase e Revolução,ed Hucitec.

Premiação:Prêmio Jaboti com Os Arancos do inteirametne Outros:a Escola de Frankfurt, a melancolia, a Revolução—em 1989.Indicação para o prêmio Jaboti de Discretas esperanças:reflexões filosóficas sobre o mundo contemporêneo”,2007.

5 Comentários

Rodrigo Cássio disse...

Não vejo possibilidade de uma percepção política do presente que não se incomode com o que Olgária Matos denomina de "cálculo dos riscos". A palestra da professora certamente será um dos pontos altos deste Fica, que está com uma programação realmente muito boa!

Candido Cesar disse...

Prof. Lisandro,

O senhor fa boas coisas: comenta filmes na Globolocal, é prof. de cinema na UFG e é conhecido como um camarada alegal, gente muito boa.

Porém, o senhor quase só convida marxistas para os eventos de que participa ou produz. A professora Olgária é uma brilhante intelectual e uma militante vesga.

Lamento que não tenhamos gente corajosa como Olavo de Carvalho e Geraldo Thomaz para debater com os radicais.

Lisandro Nogueira disse...

Olá senhor Candido,

Realmente a professora Olgária é brilhante. Sobre o Geraldo Thomas: em 2003 o convidei para vir na mostra "O amor, a morte e as paixões". O contato foi tão dificil - assim como as exigências - que desistimos. Quando eu convido, eu convido pessoas que pensam: sejam elas de "direita", "esquerda" ou "centro". O mais importante é o debate e a formação. A professora Olgária contribuirá muito para esse processo.

Rodrigo Cássio disse...

Caro Candido Cesar,

Permita-me notar que o seu comentário se divide em opostos: de um lado, as "boas coisas"; de outro, o marxismo. De um lado, os corajosos articulistas da "direita"; de outro, os radicais (marxistas). Não nego que existam os opostos, apesar de concordar com Lisandro quanto à necessidade de algum "intercâmbio" entre um lado e outro, entre a "direita" e a "esquerda". O que me incomoda, todavia, é que armaduras conceituais, como essa que você construiu, inviabilizam este "intercâmbio".

Se partirmos do pressuposto de que os marxistas são radicais, e contra eles atuam os "corajosos" (o que afasta, sem reflexão, o valor de qualquer pensamento "radical"), jamais poderemos entender algo como a crítica de Olgária Matos ao "cálculo dos riscos", que eu comentei antes. E se há alguma coisa que tem pleno direito à radicalidade, é o pensamento. Não seria melhor aos corajosos terem a coragem de pensar conceitos diferentes? A propósito, é possível inclusive pensarmos radicalmente o significado de "marxismo", que certamente não é unívoco, nem está engessado no tempo ou na militância.

Caso contrário, temo que a maneira como você apresenta as coisas seja pouco frutífera, alastrando um preconceito teórico, camuflado sorrateiramente de ampliação da democracia...

Anônimo disse...

Boa noite! Rodrigo,
Você falou bem e certo. Afinal, onde está a tolerância, a democracia e o pensamento?
(Maria Euci).

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