quarta-feira, 2 de setembro de 2009

"As pessoas estão perdidas no cinema"

 Debate
Você concorda com Jean-Luc Godard?

"Cinema é pensamento. Mas virou espetáculo. Hoje as pessoas estão perdidas no cinema. Mas elas preferem dizer que não estão perdidas, e agem como se não estivessem. Para mim, o cinema cobre muito mais do que se diz hoje. O que as pessoas chamam de cinema, atualmente, é um DVD, uma sessão no Shopping. Talvez seja um pessimista alegre ou um otimista triste." (Jean-Luc Godard-2001)

13 Comentários

Valéria Borges disse...

Continuo achando esse Godard um equivocado. Ele pensa que pensa o cinema. Cinema é muita coisa. É inclusive pensamento. Ele é multiplo. Olha, esse Godard também é contraditório. Quantas vezes ele elogiou os criadores do cinema popular? Muitas vezes.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Concordo com Godard.

E volto na questão da Indústria Cultural que falamos anteriormente, quando eu disse que “A cultura, no dias de hoje, não tem mais um papel reflexivo sobre os seres humanos, ela é um produto de consumo, que obviamente é controlado pela porção dominante. E assim como os seres humanos não têm uma identidade própria, pois nos foi tirada a capacidade de nos rebelar contra qualquer tipo dominação, nos submetemos. Ficando assim cada vez melhor para o sistema econômico, porque ele venderá cada vez mais. E o que ele quer que nos compremos, pois nem o poder de escolha temos mais”.

O cinema hoje é uma mercadoria, um produto cultural, como qualquer outro que atinge as massas. Ele foi criado por dois empresários e não por artistas, mas o uso dele é para suscitar nosso poder de pensamento e reflexão, como toda forma de expressão artística. Existem pessoas perdidas, mas também existem as “encontradas”. Cito um exemplo simples de uma amiga que tenho, a Graciana. Uma cidadã comum, que não estuda comunicação, nem artes, nem cinema, pelo contrário, é envolvida com as ciências exatas.

Em uma conversa que tivemos, ela afirmou ser apaixonada por filmes, e que quando entra em uma sala de cinema se esquece de tudo. Todos os seus problemas ficam do lado de fora, se entregando de corpo e alma à exibição da película. O primeiro filme que Graciana viu no cinema, e que despertou sua paixão por tal arte, foi Lua de Cristal, estrelado por Xuxa e Sergio Malandro. “Não me recordo do filme, mas me lembro perfeitamente da sensação de deslumbre que tive”, disse. Foi assim que começou sua paixão pelo cinema. “Quando entro em uma sala de cinema sinto a sensação de conforto e relaxamento, quando as luzes se apagam sinto que a vida tem mais emoção”, afirma.

O cinema pode ser analisado sob diversos pontos de vista, mas antes de tentar compreendê-lo, como disse Jean Claude – Carriére, vamos descartar primeiro a severidade metodológica, e a ideologia que nós nos identificamos. Recusemos as onipresentes tentativas de homogeneização, de normatização, e a de rendição às fórmulas e aos clichês.

Temos que nos despir de todos os nossos preconceitos antes de querer entender essa arte encantadora, e para que ela nos sensibilize é necessário total entrega de nossa parte.

O que dá valor a um filme, é o fato dele adquirir significado diferente em cada pessoa que o assiste. Afinal, não valeria de nada um filme onde todos sentissem ou vissem as mesmas coisas. O cinema tem que ser rico, variado e estimular os mais diversos sentimentos.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Não só as pessoas, os diretores tb estão perdidos ao filmarem seus filmes interessantímos-cults-pós-modernos. ¬¬
Todo respeito ao Godard, ele é o cara.
E quer filme mais perdido que Acossado??

Lisandro, a nova cara do blog está otima. Outra coisa, temos um cineclube na Faculdade de Direito-UFG, tem debates ao final(claro!!!), assim...se te chamarmos com certo espaço de tempo para vc nos prestigiar com a sua presença vc topa??

Com carinho,
Polly

Helen Fernanda disse...

Chiquérrimo o template novo, agora é só colocar domínio próprio.

Caroline Pires disse...

Não conheço muito bem o Godard. Na verdade confesso que assisti apenas 2 ou 3 filmes dele. Mas não consigo deixar de ter a impressão de que ele é uma figura um tanto frustrada. Suas afirmações parecem colocar o cinema em uma dimensão paralela, como algo imaculado e atingivel apenas por ele e uma meia dúzia que usam bigode e óculos.

Ora, se o cienma virou DVD, ou tornou-se espetáculo não posso afirmar mas... e se for verdade, qual o problema? Cinema para mim é fruir e pensar por que e como isso acontece... ou se preferir... não pensar...

Talvez as pessoas estejam perdidas no cinema. e se estiverem? Por que temos que "nos achar" no cinema? Qual o problema de "nos perder"?

Ontem mesmo me diverti e ri sozinha assistindo Irma la douce (1963)... amo filmes do Billy Wilder e amo ainda mais quando tem o Jack Lemmon... será que isso me torna "perdida" por que é um filme comercial com personagens e um enredo frágil? Acho que não...

Achei muito interessante a Tatiana contar sobre sua amiga que se deslumbrou assistindo Lua de Cristal. O que o Godard falaria sobre isso? Talvez somente a olharia por cima dos óculos. Só de imaginar já crio uma imensa antipatia...


Claro que se deve pensar, analisar, criticar e interpretar as produções, mas antes e acima disso deve-se sentir a tal encantadora fotogenia. Simples assim. Talvez em algunas anos eu mude de opinião mas hoje entendo que o cinema pode ser pensamento, mas pode ser também inúmeras outras coisas... e não vejo nenhum problema nisto...

José Luiz disse...

Mais uma vez a implicância com o cinema americano; mais uma vez a batalha dos franceses tentando recuperar o espaço perdido; mais uma vez um desencantado forjando um pensamento niilista sem cabimento; mais uma vez o blog retoma esse cineasta e seus "pensamentos" vazios.

Vivian Noblat disse...

Helen,
Não é template não, você viu o © de direito autoral no final da página?

Lisandro Nogueira disse...

Olá Poly,
Vamos marcar a exbição e a escolha do filme;

Olá Tatiana: suas intervenções são preciosas e mostram que devemos refletir mais sobre o cinema;

Olá Caroline: o Jean-Luc Godard merece nossa atenção. Os equivocos dele são importantes. Contudo, os acertos são extremamente relevantes. O Pedro gostou muito dessa afirmação do Godard. Concordo com ela em parte: o cinema contemporâneo peca por uma ausência de pensamento. Por outro lado, é inegável a vitalidade de cinemas novos e novos diretores.

Unknown disse...

Concordo com o Lisandro.

Godard, pode até ter seus equívocos, mas até eles precisam ser pensados.
Ele merece ser respeitado por tudo que acrescentou e acrescenta ao cinema até hoje.

Unknown disse...

Não só no cinema, mas também na visão artística sobre todas as formas de expressão.

Elaine Camargo disse...

Quais os motivos para desprezar a sanidade do Godard. O pensamento dele é legal, os filmes nem tanto. É sempre bom ter contato com ele. Nem tudo eu concordo, mas nem tudo é sem sentido. Ele é um pensador das imagens e um cineasta experimental.

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