Lisandro Nogueira
Caros amigos,
Tripalium (Trabalho) era um instrumento feito de três paus aguçados, algumas vezes ainda munidos de pontas de ferro, no qual os agricultores bateriam o trigo, as espigas de milho, para rasgá-los, esfiapá-los. A maioria dos dicionários, contudo, registra tripalium apenas como instrumento de tortura, o que teria sido originalmente, ou se tornado depois.
Tripalium (do latim tardio "tri" (três) e "palus" (pau) - literalmente, "três paus") é um instrumento romano de tortura, uma espécie de tripé formado por três estacas cravadas no chão na forma de uma pirâmide, no qual eram supliciados os escravos. Daí derivou-se o verbo do latim vulgar tripaliare (ou trepaliare), que significava, inicialmente, torturar alguém no tripalium.
É comumente aceito, na comunidade linguística, que esses termos vieram a dar origem, no português, às palavras "trabalho" e "trabalhar", embora no sentido original o "trabalhador" seria um carrasco, e não a "vítima", como hoje em dia. Agostinho da Silva escreveu, contudo, um pequeno ensaio em que discorda de tal etimologia - de acordo, aliás, com a sua filosofia de dignificação do trabalho como atividade passível de dar prazer, adequando-se por completo às doutrinas calvinistas.(fonte: Wikipédia p/ Bolãno).
Aparelhos são "escravização digitalizada"*
O sociólogo da Unicamp Ricardo Antunes, especializado em relações de trabalho, afirma que a liberdade da jornada à distância é apenas aparente.
"Se você ganha um equipamento quando entra na empresa, não é a libertação, mas a sua escravização, ainda que digitalizada."
Folha - O que muda na relação de trabalho com a extensão digital da jornada?
Ricardo Antunes - O processo combina salto tecnológico com intensificação do trabalho. E com um envolvimento maior do trabalhador.
Com isso, o tempo do trabalho e o tempo do lazer começam a se imiscuir?
Eles se embaralharam completamente. A partir da era digital, o tempo de trabalho e o tempo de não trabalho não estão mais claramente demarcados.
Significa que, estando na empresa ou fora dela, esse mundo digitalizado nos envolve durante as 24 horas [do dia] com o trabalho.
E o que isso muda para o trabalhador?
Ele perde o sentido da vida fora do trabalho. Aumentam os adoecimentos e o estresse. A aparência da liberdade do trabalho em casa é contraditada por um trabalho que se esparrama por todas as horas do dia e da noite.
É viável que se faça a contagem do trabalho imaterial [que produz conhecimento] por horas, como na fábrica?
Não. Mas hoje o controle não é mais por tempo estrito de trabalho, e, sim, por produção. Se não realizou as metas [que eram previstas], você deixa de ser interessante para a empresa.
* entrevista para FolhaSPaulo - agosto 2010.
Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito sono de manhã
Escuto a correria da cidade que arde
E apressa o dia de amanhã
De madrugada a gente 'inda se ama
E a fábrica começa a buzinar
O trânsito contorna, a nossa cama reclama
Do nosso eterno espreguiçar
No colo da bem vinda companheira
No corpo do bendito violão
Eu faço samba e amor a noite inteira
Não tenho a quem prestar satisfação
Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito mais o que fazer
Escuto a correria da cidade. Que alarde!
Será que é tão difícil amanhecer?
Não sei se preguiçoso ou se covarde
Debaixo do meu cobertor de lã
Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito sono de manhã.
2 Comentários
muito bom! VLW!
muito bom! VLW!
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