quarta-feira, 2 de março de 2011

Saudades sem fim de Vinícius de Moraes


 Dois poemas, duas canções


Poética

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem

Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.

***
O Astronauta
Quando me pergunto
Se você existe mesmo, amor
Entro logo em órbita
No espaço de mim mesmo, amor

Será que por acaso
A flor sabe que é flor
E a estrela Vênus
Sabe ao menos
Porque brilha mais bonita, amor

O astronauta ao menos
Viu que a Terra é toda azul, amor
Isso é bom saber
Porque é bom morar no azul, amor

Mas você, sei lá
Você é uma mulher, sim
Você é linda porque é

4 Comentários

pedro vinitz disse...

Pessoal, confesso que o segundo poema eu passei para Patricia, minha namorada. Essa letra é linda e cantada pela Fernanda Takai é melhor ainda.

Luana Neres disse...

Vinícius era um gênio, sou profunda admiradora de sua obra. De diversos poemas e canções brilhantes há uma peça em especial que consegue me emocionar todas as vezes que a ouço/leio - "O Monólogo do Orfeu": http://www.youtube.com/watch?v=93XRDigGNDM

Fico sem palavras...

Abraços a todos.

Lisandro Nogueira disse...

boa noite!! Luana,

Quando Pedro postou os poemas pedi para colocar "saudades sem fim". Tb. gosto muito dele.

Lisandro

Victor Hugo de Carvalho Caldas disse...

Luana acertou na mosca. O Monólogo de Orfeu é belíssimo! Todas as musicas da peça são lindas!

"Mulher amada, destino meu. É madrugada. Sereno dos meus olhos já correu..." (Lamento no Morro)

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