segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Em terra de castor todo mundo é fantoche

Em terra de castor todo mundo é fantoche

Georgia Cynara

Hoje alguns amigos e eu comparecemos à cabine do Cine Lumière para o filme The Beaver (Um novo despertar), dirigido pela Jodie Foster e protagonizado por Mel Gibson e por um fantoche de castor. Mais uma vez Mel Gibson se flagela, desta vez, literalmente e sem interrupções. Quando todos parecem dar as costas para seu personagem depressivo e perdedor, Walter Black, eis que um fantoche de castor aparece na lixeira.

Aí é ladeira abaixo. O fantoche assume as rédeas da vida de Black, enquanto o filho mais velho do fantoche humano tende a seguir o caminho do pai, enquanto o caçulinha se diverte com o novo amiguinho dentuço e a mãe passa apoiar o “tratamento” do marido. Tudo isso costurado em uma narrativa de elementos redundantes, em que enquadramentos, diálogos, música, etc denotam um grande esforço - na mesma direção - para que o conflito pareça compreensível e autêntico, mas não imprevisível, apesar do esdrúxulo.

Destaque para a atuação do fantoche do castor. E quem não era fantoche nessa produção de 19 milhões de dólares? Momento hilário quando Walter se livra do seu companheiro peludo. Rimos quando era para chorar? Jodie Foster não demonstra ironia em sua abordagem - o que parece mais grave.

Há bons filmes sobre busca de identidade, loucura, crise familiar - o próprio recém-lançado Melancolia (Lars von Trier), a que também assisti no Projeto Cabine. Há também os difíceis. E os muito difíceis. Então a voz de Thom Yorke (Radiohead) ganha a tela, concordando com o espectador que tudo aquilo é muito constrangedor. De volta ao Silêncio dos Inocentes.

0 Comentários

Postar um comentário

Deixe seu comentário abaixo! Participe!

 

Blog do Lisandro © Agosto - 2009 | Por Lorena Gonçalves
Melhor visualizado em 1024 x 768 - Mozilla Firefox ou Google Chrome


^