sábado, 6 de dezembro de 2008

Cinema e café

O encontro fundamental entre o Cinema e o Café expresso.

Lisandro Nogueira

É quase impossível não associar o cinema com o café. Personagens tomam café; frequentam lugares bonitos e aconchegantes nos quais o café reina e predomina. O espectador também está afinado com ele: um dos rituais fundamentais do cinéfilo é tomar uma xícara de café antes ou depois de uma sessão de cinema.
O blog fez uma enquete com nove cinéfilos e apresenta o ranking dos cinco melhores "expressos" de Goiânia - no momento!!!

1. lugar - Café da loja de chocolates Kopenhagen - piso 2 do Shopping Bougainville;
2. " - Tabacaria e cafeteria em frente ao shopping Buena Vista - rua T-38, Setor Bueno;
3. " - Café do Ponto - Shopping Bougainville - praça de alimentação;
4. " - Café Brasil - rua 3 esquina com avenida Tocantins - Centro;
5. " - Café da livraria Nobel - Av. República do Líbano - Setor Oeste.

15 Comentários

Marcelo Nogueira Dutra disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Lisandro,

o café está realmente muito associado ao cinema. E atualmente a maior parte dos cinemas tem o seu café. Se estiver num shopping, como 98% das salas de cinema, haverá ao menos, nas chamadas "praças de alimentação", um ou dois cafés próximos, de qualidade bem superior ao que se tinha poucos anos atrás. Depois da globalização, o hábito de tomar café de fato subiu alguns patamares no Brasil: há mais diversidade, e o nível de exigência também subiu.
Mas, em São Paulo, para fazer uma lista de cafés, teria de ser apenas pela qualidade da bebida ali servida, e não pela relação com uma sala de cinema. E os melhores cafés, pelo padrão do que é servido ali, são na rua (não em shopping, embora eles também tenham filiais em shoppings), e não têm salas de cinema próximas:
1) Café Suplicy (Al. Lorena, entre Augusta e Padre João Manuel)
2) Santo Grão (esquina da Rua Oscar Freire e a da Rio Preto)
3) Nespresso (Padre João Manuel, próximo da Rua Estados Unidos)
4) Ovídio (Av. Faria Lima, perto da Av. Cidade Jardim)
5) o Starbuck's da Alameda Santos (esquina com a Alameda Campinas)
Aliás, o Starbuck's é um capítulo à parte nessa ascensão do nível de exigência do público. Essa rede ajudou a nivelar pelo alto a qualidade da degustação (ainda que os preços correspondam).
O café de qualidade deixou de ser item de filme francês e italiano (que charme o das antigas máquinas Gaggia fumegantes!), e se tornou realmente universal.
Um abraço

João A Fantini disse...

Puxa. Adoro café, mas pessoas (inclusive eu) em cafeterias sempre me parecem estar esperando alguma coisa acontecer.

Lisandro Nogueira disse...

Olá Marcelo Dutra: você deve ter tomado um bom café na Kopenhagen - no momento, o melhor expresso de Goiãnia;
Olá Teixeira: muito boa a análise do cinema e café em SP. Aqui, a relação é um pouco diferente. Os cafés estão, em boa parte, nos shoppings. Tomei um expresso no Suplicy. Realmente é inesquecível. O café Viena da Paulista (conjunto nacional não está bom?) e da livraria cultura me trazem boas recordações. E João parece ter razão: as pessoas parecem estar aguardando alguma coisa enquanto estão tomando café nesses lugares.
Teixeira, o café da livraria Cultura no Villa Lobos tb. é bom. Você gosta?

Anônimo disse...

Lisandro,

preciso retificar uma informação que registrei errada aqui: é Octavius, e não Ovídio, o nº 4 de minha lista (que se caracteriza pela arquitetura interessante, de um moderno aceitável).
Outra coisa: é importante não confundir os locais, mesmo que sejam de uma só rede. A pessoa que tira o café é fundamental. O café tirado na sede do Suplicy, ou do Santo Grão, é sempre superior ao das filiais, ou os da grife que funcionam dentro de restaurantes, lojas ou livrarias.
Finalmente: não esquecer nunca a maravilhosa tomada feita por Godard no início de "Duas ou três coisas que sei dela", em que a câmara aproxima-se lentamente de uma xícara de café cheia e com uma leve espuma se movendo na superfície. A espuma aumenta, aumenta, toma toda a tela, até que fica parecendo uma galáxia no céu...

Lisandro Nogueira disse...

Olá Teixeira,
que lembrança boa: esse filme do Godard mostra aquela cena da xícara de café. É uma tomada para ficar na história do cinema. Em Goiânia, o melhor café expresso continua (na minha opinião) sendo o do Café Kopenhagen - shopping Bougainville. Dica!: tomar o expresso depois de comer uma barra de cacau 70% - uma delícia!!

bruno disse...

Além do café, a Kopenhagen tem um cappuccino maravilhoso. Néctar dos deuses. Tem também o espresso do Fran's, que tem a espuma mais notável, melhor até do que as quatro últimas posições do seu ranking. Agora, essa idéia de que estar num café é "estar esperando alguma coisa acontecer", me parece meio reacionária. Em plena sintonia com a idéia que se tem de que café é coisa pra intelectuais (no sentido mais pejorativo possível). Além de permitir sim uma reunião mais animada com amigos, qual o problema de um momento de reflexão e, quiçá, contemplação?

Unknown disse...

Lisandro querido,
O café da Kopenhagen de Sao Carlos é péssimo... por isso o alerta a respeito da pessoa que tira o tal do café, chamada de barista... aliás, difícil aqui é fazer algum ranking, hehehehhe!!! E, acredita, em NENHUM cinema dessa região passa o filme novo do Woody Allen... Saudades de Goiânia, sempre! Abração!!!

amoçadofigo disse...

Ótima relação com cinema, Lisandro!

Não dá para esquecer do café, principalmente da Kopenhagen ! - 100% de acordo, mesmo não conhecendo a tabacaria em frente ao Buena Vista.

Apesar de fã de café, troco-o bastante pelo "café com leite" da Kopenhagen que inclui deliciosos acompanhamentos: às vezes, pastilhas de chocolates com menta, ou canudinhos (miniwaffles, acho) com uma cobertura de chocolate não tão generosa, mas também muito bom também.

(Falando em chocolate, destaque merecido à barra 70% cacau da kopenhagem ;)

Filme e gastronomia se relacionam muito bem, sendo comes ou bebes. E filmes relacionados a isso, Lisandro?
- "Comer, beber e viver" (Ang Lee) seria um dos primeiros da minha lista.
- O filme que o sr. José Teixeira fez referência encheu-me os olhos imaginativos...vou logo procurá-lo para "degustá-lo"!

Sobre o café ser um lugar de "esperar algo acontecer" acho meio difícil aqui em Goiânia. Acho que o melhor seria "esperando alguém te expulsar". Querem que você consuma o tempo inteiro, sem poder pensar no "esperar algo acontecer", ou ter "algo a ler", quase um fast-café.

"Algo a ler" então, é bem difícil nos cafés daqui.Depois que se vê o café como "instituição" em outros países é que se percebe a diferença. Lá fora, e nem precisa sair da América Latina, a leitura de jornais/livros ou o ato de fazer anotações/cálculos, quaisquer que sejam, não são pertubados por olhares inquietos de garçons que querem "liberar" sua mesa - más experiências em um café no setor Sul, me conduzem a essa opinião -, mas simplesmente aceitos e respeitados.

Tudo bem que o clima quente não contribui para a apreciação desse hábito, mas trabalhar no ramo de prestação de serviços exige muita dedicação e compreensão de pequenos detalhes a seus clientes.

Bem, apenas uma opinião sobre quanto os cafés atuais e futuros podem melhorar.


grande abraço,

bruno disse...

A relação do cinema com a gastronomia é bem er... frutífera, ainda que esse gênero alimentício não seja necessariamente o mais propalado por meio de películas. Além de Comer, beber e viver, considero soberba a aproximação de Amor à flor da pele (Kar Wai Wong) em relação ao tema. É um filme bastante forte sobre amores, desencontros amorosos e como tudo isso se relaciona com comida. Muito interessante observar como o Kar Wai ao invés de explorar os corpos em cenas picantes, prefere metaforizar a troca de intimidade em cenas que envolvem comida. Além desse, tem o fácil exemplo de Ratatouille, inserção da Pixar num mercado obviamente adulto e cujo destaque é o fato de o maior sucesso na cozinha ser um rato de esgoto. Pra esse, o destaque é uma cena de uns 30 segundos, em que a personagem principal - Remy, o rato - experimenta ingredientes, e isso é representado visualmente. Como representar sabores com imagens? Alguém já pensou na dificuldade disso? Bem, a Pixar conseguiu, como sempre...

Daniel Christino disse...

Bruno, seu café anda batizado? Pega leve no Conhaque.

O Fantini tem toda razão. Sentar-se para tomar um café é cultivar um certo apreço estético pela cotidianidade, um elogio da leveza e, sim, uma abertura para o que acontece.

É um hábito moderno, não reacionário. É um flaneur estático.

Quando sento-me com alguns amigos num café sempre me lembro de "Coffee and Cigarrets" do Jim Jarmusch ou "Cortina de Fumaça" do Wayne Wang. É muito bom saber que o mundo gira mesmo que você permaneça parado, é muito legal assumir essa posição órfica, de estranhamento. Suspender a ocupação com as coisas, sem a necessidade de consorciar nossas forças com o destino do mundo.

Pausar.

amoçadofigo disse...

Perfeito comentário sobre "Amor a flor da pele" feito pelo Bruno anteriormente. A relação refeição-reunião_de_pessoas é explorada grandiosamente por Kar-Wai.

E Ratatouille é, antes de mais nada, fofo. Não tem como não gostar das super aventuras do ratinho na cozinha. Retratar toda a rotina então dentro dela foi muito especial. Para mim, a cena mais atrativa é a experiência sensorial que o crítico tem ao degustar o próprio ratatouille.

Tem um projeto do Fruit Chan (que nunca descobri o que é exatamente), que apesar de ser de terror, tem esse clima de fascinação e atração mais literal com comidas...Para quem não se estranha com estranhezas e tem estômago forte .... http://www.youtube.com/watch?v=EY9_DMYKoDk (aqui um trecho).

abraços,

João A Fantini disse...

Quando disse 'pessoas tomado café parecem estar esperando alguma coisa acontecer' não é sim, nem não. As vezes a espera é de uma idéia, as vezes de uma pessoa, mas as vezes o sujeito estaria posando mesmo....mas para quem? neste ultimo caso, acho que há uma coisa politicamente correta (não sou de boteco) do tipo restaurante japonês.
Em tempo, há ainda uma onda não nova mas crescente de que quando alguem dorme com alguem que não é muito intimo, seria de bom tom tomar um café da manhã (completo, of couse). Algumas padocas em bons lugares de enchem de gente assim...
Parece uma especie de compensação pelo jantar que não houve, um semblant, apres cup, do roteiro romantico. Muito forçado? Seria outra coisa?

Lisandro Nogueira disse...

Olá Flávia, volte então para Goiânia. Cinema e Café quase 100%.

Lisandro Nogueira disse...

Olá Bruno, seja mais um participante ativo no blog. Welcome!!! Você e Fantini deveriam se encontrar num café para ver um filme num notebook e debater o SER OU NÃO SER NUM CAFÉ (rs, rs). Essa é a nova onda na Inglaterra. Sobre essa onda em SP de tomar o café da manhã, sem cinema, me pareceu estranho...
A Moça do Figo lembra de filmes & comidas. Me recordo de Buñuel: "O anjo exterminador" e "O discreto charme da burguesia". "Comilança" tb. um belo filme. Bruno lembrou muito bem de "Amor a flor da pele" (comentamos aqui no blog). Tudo ali é imaginário e alimentação no sentido mais profundo. Lidiane, gostei dos chocolates que você indicou; Daniel: perfeito!! tomar um café (depois do cinema ou antes mesmo) é uma forma de deixar o mundo em paz.

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