sexta-feira, 16 de julho de 2010

Tarantino, Godard e o cinema americano


Lisandro Nogueira

Mauro Baptista é pesquisador, professor de cinema e diretor de teatro.  Meu colega na Socine (Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema). Lançou há pouco tempo o livro "O cinema de Quentim Tarantino" (ed. Papirus).
Mauro respondeu duas perguntas sobre o filme "À prova de morte" e o cinema do Tarantino:


1. Você gostou de "À prova de morte"? Há uma enorme expectativa com esse filme aqui entre os fãs de Tarantino.


Para mim é o filme mais bizarro de Tarantino, é o que eu chamaria de um filme que não é bom, mas que ao mesmo tempo é interessantíssimo. Destaque para a fotografia  e para a perseguição final. O filme é uma paródia estilizada e cult dos explotation americanos dos anos setenta. Tem que ser considerado que foi pensado para ser exibido junto de Planet Terror, de Robert Rodrigues, para ai sim formar um programa "Grindhouse", programas duplos que eram exibidos nos cinemas.

2. Você diferenças entre "à prova de morte" e "Bastardos inglórios"?

Sim, enormes. Enquanto Bastardos Inglórios tem como principal referência o filme de guerra americano dos anos 50, "À prova de morte" os filmes exploitation americanos dos anos setenta. Enquanto "Bastardos Inglórios " é sua obra prima, um filme para mim de um virtuosismo que beira à perfeição, "À prova de morte" é um filme que não deu certo, nem de público nem na recepção crítica. De qualquer forma, "À prova de morte" é um primor formal, pela decupagem arriscada, pela fotografia, talvez seja, paradoxalmente, o filme mais autoral de Tarantino. O que não deve ser interpretado necessariamente como algo positivo, sim como algo interessante a ser notado.
 
Lembro que os exploitation eram filmes produzidos por produtores independentes, como Roger Corman, ou Samuel Arkoff, fora do esquema dos grandes estúdios.(continua abaixo...)
 
A influência do exploitation funciona em Tarantino quando é um agregado, um algo a mais, nunca quando é a referência central. O melhor Tarantino é aquele que combina o grande cinema clássico americano dos anos 50, o primeiro Godard e o mestre Sergio Leone.

1 Comentário

Pedro e Patricia disse...

Pessoal,

Tarantino é demais. O cara sabe deixar a gente ligadão na sala de cinema. Eu fiquei siderado com esse longa. Vou ver hoje de novo.

Postar um comentário

Deixe seu comentário abaixo! Participe!

 

Blog do Lisandro © Agosto - 2009 | Por Lorena Gonçalves
Melhor visualizado em 1024 x 768 - Mozilla Firefox ou Google Chrome


^