quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Um filme no celular

Um filme no celular, ou, por favor, eu quero um vídeo de bolso

Lisandro Nogueira

O cinema volta aos primórdios, com as novas tecnologias da imagem. Estas possibilitam a disseminação de narrativas que jamais alcançariam as grandes mídias.

A possibilidade de realizar vídeos pessoais e divulgá-los pela internet, por meio de celulares e de tocadores de vídeos portáteis vai ao encontro da necessidade de novas formas para expressar o mal-estar ou o bem-estar contemporâneos.

Mas dois extremos coexistem nesse novo processo de produção: a apologia da parafernália técnica desenfreada e o ceticismo reinante quanto ao conteúdo dessas novas mídias.

A Fractal Filmes, de Goiânia, realiza nesta semana (foto de Nacho Duran) um interessante movimento no sentido de discutir os novos desafios da produção audiovisual e formar profissionais para lidar com eles. O seminário "Câmera cotidiana" (http://www.cameracotidiana.com.br/) discute o fenômeno dos vídeos de bolso: " Durante o encontro, Nacho Duran vai instruir os alunos a produzir vídeos de bolso, a partir da apropriação consciente e reflexiva da tecnologia digital. Os videoblogs e servidores de vídeo, os formatos de compressão e codecs de áudio e vídeo e a cultura do software livre e copyleft estarão na pauta de discussão", informa Geórgia Cynara (aluna da Facomb-UFG – realizou uma das melhores monografias já apresentadas na faculdade de comunicação), da Fractal.

Uma indagação dos céticos é se essas novas tecnologias contribuirão para edificar novas formas de se contar histórias com imagens em movimento. O que se viu no fenômeno dos videogames foi a permanência, em grande parte, da força do melodrama (a luta do bem contra o mal, ansiedade pela comunicação rápida).

O velho gênero tomou conta das histórias. Resultado: o que mudou foi apenas o suporte. As histórias e a forma continuaram as mesmas. Mesmo que assim seja, que resulte em mais repetição, devemos celebrar a idéia da "apropriação" das tecnologias. Há ao menos um dado interessante: elas criam uma nova sociabilidade e novas formas de expressão. As meninas e os meninos da Fractal acertaram o alvo: é fundamental apropriar-se dos novos recursos.

Sabemos pouco ainda do que efetivamente virão a fazer os "apropriadores". Mas iniciativas como esta mostram, com acerto, que, antes de rechaçar as novas tecnologias, convém fazermos um esforço criativo para compreendê-las e dominá-las.

2 Comentários

João A Fantini disse...

Excelente iniciativa, se estivesse por ai iria com certeza. Há também, é preciso não esquecer, uma resistência intestina do staff do saber sobre o cinema. Acredito que esta resitência reluta em sair do lugar de sujeito suposto saber sobre a matéria.

Há, e por favor Lisandro, retire esta exigência de ter que digitar estas letras tortas que dificultam as pessoas com mais de 40..facilite a vida da terceira idade.

Anônimo disse...

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