quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Eric Rhomer: um cineasta fundamental, 87 anos.



Filosofia do cinema


"No decurso da minha carreira, penso que nunca parei de correr riscos. Mas
riscos bem medidos, bem pensados.
Em todo o caso, a minha filosofia é a seguinte: para realmente ter sucesso, um
filme tem de descobrir uma coisa que lhe seja vital ao longo do caminho.
Temos sempre de deixar espaço para a sorte e para o que é acidental, e para
acreditar que o caminho será composto de nada mais que acidentes felizes.
Costumo dizer muitas vezes que “nos meus filmes tudo é fortuito, à excepção
da sorte.”. A partir deste ponto de vista, eu gosto de actores que são capazes
de utilizar a sorte. Do que eu não gosto é o que chamo de “falso-natural” – os
actores que vocalizam o diálogo literário à velocidade da luz para que pareça
“natural”. Nada é mais artificial que isso. Peço-lhes para fazerem o contrário,
para articularem e para abrandarem. Uma vez tendo percebido isto, podem
passar muito bem sem a minha direcção de actores. O mais importante para
mim é tornar o texto compreensível. Quanto aos riscos que corro, sei bem
demais que alguns espectadores podem rir-se a certa altura do filme. Isso não
me incomoda nada. Até estou do lado deles, contra as pessoas que os
mandam calar. Isso aconteceu em Die Marquise von O. Os espectadores que
se riram tinham o direito de o fazer. Kleist é um escritor bastante divertido. Se
as pessoas se rirem aqui, ainda melhor! Porque também há muito humor em
L’Astrée". (Eric Rhomer, 2008- depoimento Positife)

1 Comentário

Luisa Nogueira disse...

Quem é Eric Rhomer?

Biografia
Eric Rohmer

Jean-Marie Maurice Scherer

Nasceu em 04/04/1920, em Nancy, França. Cineasta, escritor e ator e um dos principais diretores da Nouvelle Vague. Antes de entrar para o cinema, foi professor de Letras e escreveu um livro – Elisabeth – em 1946. Colaborou em váriais revistas dedicadas ao cinema e criou a “Gazette du Cinéma" , onde manteve contato com Jean-Luc Godard, Jacques Rivette, François Truffaut, e Claude Chabrol. Este grupo de futuros diretores integra rapidamente outra importante revista, a “Cahiers du Cinema”, da qual Rohmer será editor 1957 à 1963. É o primeiro a se tornar diretor, en 1950. A partir daí dá início a uma longa filmografia, que marcará o cinema francês e revelará numerosos atores da nova geração. Alguns de seus filmes premiados: La collectionneusse (1967), Ma nuit chez maud (1969), La marquise d’O (1976), Pauline à plague (1983), Lê rayon verte (1986), Conte d’hiver (1992), Conte d’automne (1998), Triple agent (2004).

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