quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Harry Potter, o fim está chegando...(em cartaz)

O fim está chegando

Lorena Verli*

            Antes de começar esse texto, preciso fazer uma confissão: sou um fã incontestável de Harry Potter. Li todos os livros, acompanhei todos os filmes. Então, foi com um misto de alegria e tristeza que fui ver Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 1. Para mim, esse é o prenúncio de que o fim está chegando. Pena!

O filme, dirigido por David Yates, tem um ponto positivo crucial em relação aos anteriores: não peca em nada ao retratar o mundo de Rowling. Completamente fiel, ele deixa de lado aquela necessidade (incompreensível para os fãs) que os diretores têm de modificar obras prontas e acabadas. Nas telas, é possível encontrar todos os mínimos detalhes do livro.

Na verdade, acho que essa fidelidade de Yates à obra de Rowling é o que faz com que, até agora, esse seja o melhor filme da série. Isso sem falar, é claro, na interpretação mais madura do trio principal Longe dos muros de Hogwarts, são os três que carregam o filme. E não é que deram conta do recado – para a surpresa de muita gente?!

            Harry, a partir desse ponto da trama, é um herói sem conselheiros ou mestres. O velho sábio (Dumbledore) e aquele em quem ele mais confiava (Sirius) já partiram dessa para melhor. Agora, diante do perigo iminente, ele só pode confiar em si mesmo e em seus dois melhores amigos, que representam pouco poder mágico numa eventual batalha com os bruxos das trevas. Mas a falta do sábio e de adultos de confiança nessa trama têm o seu valor. Sem eles, Harry tem a possibilidade de mostrar que está pronto para encarar seu destino e dar a própria vida por um mundo sem opressão.

            A jornada do herói que atende a um chamado é prontamente cumprida pelo bruxo em todos os seus doze passos. Enquanto se prepara para o confronto final com Voldemort, Potter destrói todos os objetos que fazem com que o bruxo das trevas seja imortal. E se vê diante de uma encruzilhada. Continuar procurando as horcruxes ou juntar as relíquias da morte?

Yates transfere para as telonas um ar sombrio característico do livro e as esparsas cenas de ação revelam o momento tenso pelo qual passa Potter, tentando descobrir quais são e onde estão as horcruxes. Mas o que vale mesmo é perceber que não é apenas Potter quem amadurece com a chegada do fim. Yates, Rowling, Watson, Radcliffe e Grint também exibem marcas profundas de quem compartilha o mesmo caminho há mais de uma década. A sensação de incompletude característica de filmes que têm continuidade é substituída pela esperança de que a segunda parte do longa seja tão boa quanto essa!


* Lorena Verli é jornalista e participou ativamente do grupo "Cineanálises" na FAcomb/UFG (2004-2007)

2 Comentários

Erika Lettry disse...

Eu não sou fã da série, mas amei esse último filme. Estou curiosa pelo final. Parabéns pela crítica!

Tales Augusto disse...

Ainda não assisti esse ultimo (e li até o 5º), mas gostei do "enigma do principe", me surpreendeu, imagino que este tenha ficado no mesmo ritmo (pela crítica)

Postar um comentário

Deixe seu comentário abaixo! Participe!

 

Blog do Lisandro © Agosto - 2009 | Por Lorena Gonçalves
Melhor visualizado em 1024 x 768 - Mozilla Firefox ou Google Chrome


^