Lorena Verli*
Antes de começar esse texto, preciso fazer uma confissão: sou um fã incontestável de Harry Potter. Li todos os livros, acompanhei todos os filmes. Então, foi com um misto de alegria e tristeza que fui ver Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 1. Para mim, esse é o prenúncio de que o fim está chegando. Pena!
O filme, dirigido por David Yates, tem um ponto positivo crucial em relação aos anteriores: não peca em nada ao retratar o mundo de Rowling. Completamente fiel, ele deixa de lado aquela necessidade (incompreensível para os fãs) que os diretores têm de modificar obras prontas e acabadas. Nas telas, é possível encontrar todos os mínimos detalhes do livro.
Na verdade, acho que essa fidelidade de Yates à obra de Rowling é o que faz com que, até agora, esse seja o melhor filme da série. Isso sem falar, é claro, na interpretação mais madura do trio principal Longe dos muros de Hogwarts, são os três que carregam o filme. E não é que deram conta do recado – para a surpresa de muita gente?!
Harry, a partir desse ponto da trama, é um herói sem conselheiros ou mestres. O velho sábio (Dumbledore) e aquele em quem ele mais confiava (Sirius) já partiram dessa para melhor. Agora, diante do perigo iminente, ele só pode confiar em si mesmo e em seus dois melhores amigos, que representam pouco poder mágico numa eventual batalha com os bruxos das trevas. Mas a falta do sábio e de adultos de confiança nessa trama têm o seu valor. Sem eles, Harry tem a possibilidade de mostrar que está pronto para encarar seu destino e dar a própria vida por um mundo sem opressão.
A jornada do herói que atende a um chamado é prontamente cumprida pelo bruxo em todos os seus doze passos. Enquanto se prepara para o confronto final com Voldemort, Potter destrói todos os objetos que fazem com que o bruxo das trevas seja imortal. E se vê diante de uma encruzilhada. Continuar procurando as horcruxes ou juntar as relíquias da morte?
Yates transfere para as telonas um ar sombrio característico do livro e as esparsas cenas de ação revelam o momento tenso pelo qual passa Potter, tentando descobrir quais são e onde estão as horcruxes. Mas o que vale mesmo é perceber que não é apenas Potter quem amadurece com a chegada do fim. Yates, Rowling, Watson, Radcliffe e Grint também exibem marcas profundas de quem compartilha o mesmo caminho há mais de uma década. A sensação de incompletude característica de filmes que têm continuidade é substituída pela esperança de que a segunda parte do longa seja tão boa quanto essa!
* Lorena Verli é jornalista e participou ativamente do grupo "Cineanálises" na FAcomb/UFG (2004-2007)
* Lorena Verli é jornalista e participou ativamente do grupo "Cineanálises" na FAcomb/UFG (2004-2007)
2 Comentários
Eu não sou fã da série, mas amei esse último filme. Estou curiosa pelo final. Parabéns pela crítica!
Ainda não assisti esse ultimo (e li até o 5º), mas gostei do "enigma do principe", me surpreendeu, imagino que este tenha ficado no mesmo ritmo (pela crítica)
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